22/05/2018 |
Ciro admite novo imposto dirigido aos mais ricos O ex-governador do Ceará Ciro Gomes disse ontem (21) que a ideia de um novo imposto, nos moldes da extinta CPMF - Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira, não está definida. Se vier a acontecer, o foco serão transações acima de R$ 2 mil, o que deixaria 80% das operações de fora, nos cálculos dele. "No meu governo, vou diminuir os impostos sobre a classe média e os mais pobres e vou aumentar sobre os mais ricos", disse o pedetista, que foi sabatinado pelo SBT, portal UOL e "Folha de S.Paulo". A ideia vem sendo repetida pelo pré-candidato e por integrantes da área econômica da equipe de Ciro. "A CPMF é um tributo ruim tecnicamente, porém, a crise do país é tão grave que um imposto do tipo está sendo considerado", disse, reiterando que, caso a ideia venha a ser abraçada, ela terá seu anúncio feito antes das eleições. Seguindo nessa mesma linha, de orientar suas políticas diferenciando o trato aos mais ricos do aos mais pobres, o pedetista criticou a reforma trabalhista e o teto de gastos do governo. Sobre a primeira, classificou o texto aprovado como uma "selvageria", explicando que gera informalidade no mercado de trabalho. Disse também que, se eleito, iria revogar a lei da reforma trabalhista. Em relação ao segundo tema, Ciro criticou o fato de que os gastos cerceados pelo teto sejam justamente os que atingem as famílias de menor renda, como educação e saúde, ao passo que o serviço com juros fica de fora. Também falou em revogar a PEC que instituiu o teto de gastos. Questionado sobre como trataria o tema das despesas públicas, Ciro disse que poderia ser imposto um limite ao crescimento dos gastos como um todo, da mesma maneira que é feito nos EUA. "Vai para a lei plurianual, todos os gastos de uma vez só. Quando chega ao limite, o governo para e há uma discussão sobre realocação", disse o presidenciável, se referindo aos "shutdowns" que ocorreram no governo norte-americano nos últimos anos. Sobre a forma de governar, Ciro disse reafirmou que pretende aproveitar os seis primeiros meses de mandato, quando todos os presidentes eleitos tiveram "poderes presidenciais", para enviar as reformas política e fiscal ao Congresso. Ele negou ser preciso se curvar ao "presidencialismo de coalizão" e disse ser possível encaminhar as reformas apresentando um programa antes e negociando com um Congresso que já tem "predisposição para mudança" uma reforma do pacto federativo. "Não vai ter cavalo de pau, não vai ter quebra de contrato", disse o ex-governador. Caso esse esforço não renda frutos, disse é possível "tirar esse peso das costas dos parlamentares" e usar mecanismos de participação direta, como plebiscitos e referendos. |